quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cidade mal amada

As pessoas que gostam de Belo Horizonte gostam de si mesmas, da sua infância e da sua adolescência vividas na cidade, em lugares da cidade com os quais as identificam. Não há como gostar de Belo Horizonte, uma cidade sem memória, uma cidade que se destrói continuamente, uma cidade sem respeito pelo pedestre, uma cidade em que o luxo está escondido em shoppings, apartamentos e condomínios (que nem no seu território ficam), uma cidade cuja população rica vai morar nos arredores e se locomove usando caminhonetes superpossantes... Uma cidade construída com estilos arquitetônicos antigos do velho continente de gosto duvidoso, uma cidade que não cuidou da Pampulha, a única grande obra nela realizada. Uma cidade, obviamente, não vive sozinha, ela é obra dos seus donos, e os donos de Belo Horizonte, desde Aarão Reis, sãos os engenheiros, os construtores, os empreiteiros. Pessoas que tudo destroem a pretexto de construir, porque só assim ganham mais e mais dinheiro.