A greve é uma forma de os trabalhadores (coletivamente) mostrarem que sem eles, sem seu trabalho, não há riqueza, não há lucro, não há empresa. Na greve, os trabalhadores (unidos, é preciso que estejam unidos) mostram que apenas a propriedade nominal é do capitalista, a propriedade efetiva, aquela que produz as riquezas, é também dos trabalhadores, é de todos aqueles que são necessários para que a empresa funcione.
Há muito os trabalhadores aprenderam isso, há quase dois séculos, e esta é a origem dos sindicatos: a instituição que lembra os trabalhadores que eles são parte da empresa na qual trabalham, do segmento econômico no qual trabalham; os sindicatos são a instituição que mantém a memória dos trabalhadores e forja sua ideologia.
Nessa ideologia, a compreensão de que cada trabalhador depende dos outros, que a união faz a força, e a formação de um sentimento de solidariedade, são fundamentais. Por isso Marx supunha que os operários traziam em si o germe do socialismo, de uma sociedade coletivista.
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