segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Memória tátil

Em Marina e o portão, a memória auditiva. Num filme que vi, o amante diz à amada para guardar a memória tátil. Lembrei de Paixão joanina, letra que escrevi para música da Rita, há uns vinte anos. Era exatamente isso, a memória tátil da paixão:

Angústia, anorexia
Sudorese, hipotermia
Acordo de noite
Me desligo de dia

Esquecer não é fácil
Tenho a memória tátil
Do seu corpo suave
Sua carne macia

Olhares, cumplicidades
Carícias, intimidades
Evitei como pude
Quando vi, era tarde

Mas beijei sua boca
E isso é fatal
Perdi a razão
Nessa paixão vernal

Paixão joanina – sem arroubos
Paixão cometa – rastro fugaz
Questão de timing ou destino
E é bom que seja assim
É bom que seja, é bom

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