Em Marina e o portão, a memória auditiva. Num filme que vi, o amante diz à amada para guardar a memória tátil. Lembrei de Paixão joanina, letra que escrevi para música da Rita, há uns vinte anos. Era exatamente isso, a memória tátil da paixão:
Angústia, anorexia
Sudorese, hipotermia
Acordo de noite
Me desligo de dia
Esquecer não é fácil
Tenho a memória tátil
Do seu corpo suave
Sua carne macia
Olhares, cumplicidades
Carícias, intimidades
Evitei como pude
Quando vi, era tarde
Mas beijei sua boca
E isso é fatal
Perdi a razão
Nessa paixão vernal
Paixão joanina – sem arroubos
Paixão cometa – rastro fugaz
Questão de timing ou destino
E é bom que seja assim
É bom que seja, é bom
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