quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Do Blog da Cidadania

Bullying eleitoral


Estou impressionado com um caso relatado pelo amigo Arnóbio Rocha, tuiteiro com quem dividi os corredores do hospital em que minha filha Victória e Letícia, uma das filhas dele, estiveram internadas ao mesmo tempo há alguns meses.

Esse caso dá uma idéia das barbaridades que estão sendo praticados nesta campanha eleitoral, que pode passar à história como uma das mais sujas que este país já viu depois da redemocratização.

Vale relatar que tudo se deve ao candidato da mídia, bem como a própria, não estarem aceitando limites sobre o que usar para vencer a eleição presidencial.

Arnóbio relata, via Twitter, bullying que uma de suas filhas sofreu na escola em que estuda devido aos seus pais serem eleitores declarados de Dilma Rousseff.

O caso me parece extremamente grave. Inaceitável numa democracia. Este é o primeiro relato de dois que pretendo fazer hoje sobre o clima que o candidato José Serra, o jornal Folha de São Paulo, a Rede Globo, o Estadão e a revista Veja, entre outros, estão impondo ao país.

Arnóbio começa seu relato explicando o que é bullying: “Termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully – «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender”.

Segundo Arnóbio, sua filha de 9 anos estuda em uma escola cristã de classe média de São Paulo e foi vítima de “bulliyng pesado” por “defender Dilma”. Teria sido importunada por coleguinhas cujos pais votaram em Serra, que debochavam dela alegando que o tucano teria “vencido” o primeiro turno e Dilma, “perdido”.

A garota, segundo o relato, teria revidado dizendo que havia “mais eleição” pela frente – bela resposta para uma criança de nove anos. Todavia, naquele momento os coleguinhas começaram a gritar “Dilma Assassina”, e que ela “foi presa”, que “roubava” e que “mata crianças”.

Agora a parte mais revoltante e assustadora: a filha de Arnóbio diz ter sido caçada, encurralada e recebido socos e pontapés, além de os agressores terem pisado na mochila dela enquanto gritavam insultos e deboches.

Quando a mãe da menina foi buscá-la na escola, encontrou a filha aos prantos tentando relatar a agressão que sofrera.

Ainda segundo meu companheiro de hospital – alguém que tem a filha primogênita, de doze anos, sofrendo de leucemia -, este é o perfil dos pais dos alunos da tal escola: curso superior e salários, em média, de R$12 a 15 mil.

Arnóbio ainda assevera que “Nem em 1989 Collor ousou pregar o ódio de forma tão aberta” e que “Transformaram as eleições num inferno, em São Paulo”. E conclui dizendo que “não dá mais para ficar calado”.

Na classe da vítima dessa nova forma de bullying inventada pela campanha de Serra, o “bullying eleitoral”, dos 21 alunos 4 dizem que os pais votam em Dilma e todos estão sendo vítimas dos demais.

Arnóbio não quer revelar o nome da escola, no que julgo que está certo. Mas só até o ponto em que essa instituição tomar providências. Se tal não ocorrer, penso que ele deve tomar uma atitude. Não denunciar essa barbaridade equivale a aceitar ter a sua liberdade de expressão e de opinião desrespeitada.

Aguardemos…




Cristina Alarcón Chamarelli e Goossens Tendência: A favor Comentário:
Tenho uma filha de 14 anos, vítima de bullying desde os 8; temos trabalhado muito para reverter este quadro e agora está melhorando. É um tipo de bullying devido ao fato de ela ser TDHA,nunca conseguir um grupo para fazer um trabalho, ter notas ruins. Uma coisa dela que está sendo tratada com profissionais adequados e que ela precisa aprender a se impor e a escola tem que ensinar que diferentes não são ruins... Já sofremos muito com isso, mas temos feito o possível... Agora neste caso específico é um absurdo total, crianças não discriminam outras se não forem ensinadas a fazer isto. Ainda mais aos nove anos: as informações que eles passam erroneamente sobre a Dilma foi, claramente, plantada nas cabecinhas deles... Acabei de perguntar à minha filha qual era a opinião da turma dela sobre a eleição. Ela estuda em uma escola pública de excelência aqui no Rio, onde se entra por sorteio no CA, ou concurso na 5ª série. sabem qual foi a resposta? Estamos estudando isto em história e geografia, mas ninguém na turma declarou o voto dos pais... Quanta diferença! Uma escola que mescla uma diversidade cultural, religiosa, financeira e racial, formando cidadãos conscientes sem necessidade de provocar embates, discutindo política como mais uma das coisas que eles precisam aprender... Nesta hora sinto muito orgulho das escolhas que fiz para minha família e orgulho também da minha cidade. Em nenhum momento vi nada absurdo acontecer por aqui. Muitos marinaram, meu vizinho debaixo tem uma enorme bandeira do Serra e eu uma da da Dilma em cima, mas não vejo o ódio que me dizem haver em SP. Espero que este clima democrático persista no 2º turno. Eu vivi 1989, e sei como é difícil ser olhada como alien...



veranis
Tendência: A favor
Comentário:
Aconteceu algo similar com minha neta de 8 anos. Estuda também numa escola de classe média, católica. Felizmente não houve agressão física, nem constrangimentos maiores. Mas segundo ela, todos ficaram meio que horrorizados por nossa família votar no PT. Algo muito ruim está acontecendo em São Paulo. Está me lembrando muito a Marcha com Deus pela Liberdade na década de 60.


Gislene
Tendência: A favor
Comentário:
Meu filho, que estuda em determinado cursinho bem conceituado (e bem caro) de São Paulo está sofrendo algo semelhante... E o que é pior, muitos professores em sala de aula fazem campanha descarada para Serra, contando mentiras aos alunos... e impedindo que se faça o debate com opiniões divergentes. Depois, falam que a censura vem do governo Lula... É uma guerra suja, que precisa ser denunciada sob pena de nossas crianças e adolescentes começarem a achar que não é possível ter opinião própria a respeito dos fatos e dos acontecimentos.

Dan Moche Schneider
Tendência: A favor
Comentário:
Prezado autor, Gostaria de recomendar ao seu amigo Arnóbio que, independentemente dos procedimentos que a escola venha a tomar, ele constitua advogado, faça um boletim de ocorrência e faça valer, com firmeza e determinação, todos os direitos que são inerentes à uma criança, assegurados pelo ECA e outras Leis. Que como pai, se posicione e ensine a sua filha, e às outras crianças intimidadas, a partir desse episódio lamentável, a se posicionar e a buscar os seus direitos. Não releve. Não deixe passar em brancas nuvens. Não deixe apenas para a escola tomar providências que, experiência própria, tende a minimizar fatos desse tipo e por "panos quentes".

ciça menezes
Tendência: A favor
Comentário:
no blog original, estão muitos comentarios que relatam a mesma estória. fiquei comovida, pq bem si que é por isto q não se pode andar em qq lugar, mesmo aqui no rio, fazendo camapnha pra dilma. ouvi um comentario meio mal educado de alguem q havia me perguntado em quem eu votara- um colega de trabalho. aqui no rio. há eleitores de marina q tem este perfil da direita agressiva - são direita mas dizem q são a real esquerda. vão anular ou até votar serra. me preocupam...

monica
Tendência: A favor
Comentário:
Minha filha, que estudo em um cursinho, comenta sobre o discurso preconceituoso e odioso contra Lula e Dilma feito por alguns professores. Sem contar o espanto das pessoas quando ela fala que os pais e ela votam no PT.

Sonia
Tendência: A favor
Comentário:
Qualquer morador de SP ou região metropolitana, que declare abertamente seu voto em Dilma, sabe o que o espera. Tenho 44 anos e jamai vi uma companha eleitoral em que tanto ódio fosse instilado e moro em SBC, "reduto" do PT. Em meu trabalho, quando o assunto é eleição, só tenho duas alternativas: Ou saio de perto, calada, ou me torno alvo de uma raivosa saraivada das mais mentirosas e baixas agressões. Devemos manter nossos olhos bem abertos, pois paira sobre nós o risco de um retrocesso incalculável à democracia.

Antonio
Tendência: A favor
Comentário:
Eu acredito que a escola deve ter seu nome divulgado, sim.Esta instituição é co-responsável pela educação e civilização dos seus alunos. É possível que ela tenha conhecimento destes atos, pois o sistema de vigilância destas escolas é muito rigoroso, é difícil não saber do que está ocorrendo internamente. Ou ela não quer e pode,( é complacente) ou quer e não pode ( é impotente) ou não quer e não pode( é complacente e impotente) ou quer e pode ( porque não o faz?).

Antonio jose de Brito
Tendência: A favor
Comentário:
Meu caro, sou professor universitário em uma das importantes universidades privadas do estado de São Paulo. Só que ro testemunhar a existência desse ódio entre os jovens de 18 a 22 anos, com relação à Dilma e àqueles que a apoiaram. Os argumentos de assassina, ladra e guerrilheira são os mesmos. O que me chamou a atenção é o ódio com que expressam essas palavras. Inclusive, alguns, que mal ouviram falar no PT, aparecem com o discurso "eu odeio o PT". Chamo a atenação que muitos desses sentimentos também estão presentes entre professores, quando não no comando da Universidade e, o que é pior, entre alunos PROUNI, lamentavelmente. Mas, a grande maioria consiste nos filhos da elite paulistana.

Mario
Tendência: A favor
Comentário:
Sou professor de história em uma escola particular de sp, não declaro meu voto para os alunos e no dia seguinte à eleição um aluno (o único negro da sala, se isso for relevante), que votou pela primeira vez, veio me procurar dizendo que foi atacado verbalmente pelos colegas por declarar voto à Dilma. Agora fiquem felizes por vivermos em um país livre.

· 6 dias atrás
Amigos, quero compartilhar uma experiência vivida por minha filha.
Foi no ano de 2006, ela estudava na 8ª série numa escola particular no litoral Sul Paulista (Mongaguá). No meio da aula, "do nada", a professora de Língua Portuguesa começou a falar mal do Lula e dos eleitores de Lula. Entre outras "pérolas" ela afirmou o seguinte: "Não conheço nenhum eleitor do Lula, afinal não convivo com vagabundos".
Minha filha, chocada, contou a história em casa e não tive dúvidas: na manhã seguinte estava na porta da direção para exigir a retratação da professora, além de apresentar para ela um eleitor de Lula, um outro colega de profissão... "tão vagabundo quanto a senhora", assim falei.
Isso foi numa cidade de 40.000 habitantes, onde as pessoas se conhecem com extrema facilidade. E neste caso, tanto eu como minha esposa, professores a mais de 20 anos, somos (modestamente) bem conhecidos por nossas convicções políticas.
Nunca imaginaria que fatos ainda mais absurdos estivessem por vir... Total solidariedade à família da criança e à criança também.
Não se pode subestimar o delírio autoritário da direita.

Moro em BH e meus filhos estudam numa escola católica de classe média alta. HOJE o meu filho de 8 anos me contou que ao relatar aos amigos que eu (suam mãe) havia votado na Dilma, que os colegas riam e gritavam: - Sua mãe votou numa ladra!!!! Ela é ladra!!!! Ela é ladra!!!!
Ensinei-o a dizer a eles que eles não sabem o que estão falando mas....


Conversei ao telefone com pessoa amiga de São Paulo. Relatou-me um churrasco entre amigos, de longa data, na casa de um dos integrantes do grupo. Durante todo o tempo em que a pessoa ficou na confraternização, ela foi humilhada com o menosprezo das costas viradas das tradicionais rodinhas que se formam e se alteram durante tais convescotes. "Essa aí é louca! Vota na Dilma. Que tristeza"". Frases desse tipo, ditas e repetidas vezes, com a consequente virada de costas e mudança de local em que estava a ofendida. Sem direito de réplica. Pelo jeito, o almoço deve ter sido indigesto. E não é um relato incomum. Quando o Paulo Henrique Amorim, em tom de chacota, diz ser a "... elite paulista, separatista e retrógada...", alguns comentam como exagero do PHA. Parece que não é. Há bullying pra todo gosto.

Eu, jovem de 27 anos, sofri bullyng num cursinho preparatório para concursos entre dois jornalistas e uma psicóloga(os três estudantes que influenciaram os demais, inclusive com ajuda de uma professora declarada Serra) pois indiretamente declarei apoio ao governo Lula, eles me isolaram e fofocavam sobre mim nos banheiros e riam quando eu passava nos corredores do cursinho. Os que se dizem defensores da Democracia apoiados pelas idéias do PSDB e PFL são os primeiros a suprimirem e recriminarem a nossa maniefestação de pensamento contrária. Eu sei me defender e uma criança? Com certeza não!
Precisamos conscientizar a Imprensa Brasileira sobre seus estragos em nossas vidas, em nossa dignidade humana o quanto antes. Há muitas pessoas irresponsáveis no Brasil.

Meu neto de 9 anos, estuda num excelente Colégio em nossa cidade. Jacareí-SP. A direção vota no PT desde sempre, mas os pais dos coleguinhas dele, todos das classes A e B da cidade, claro, são TUCANALHAS desde sempre. Ele passou pela mesma situação, em sala de aula. O pior é que a professora (assim mesmo, com "p" minúsculo), entrou na corda e comentou tudo que disse ter lido na imprensa golpista, como se fossem verdades absolutas. Meu neto, participa ativamente comigo e com a mãe da política do meu partido, inclusive nos acompanhando quando quer, em reuniões do Diretório, caminhadas, bandeiraço, etc. Podem acessar meu orkut e verão muitas fotos dele lá, no álbum "PT Criança"!. Claro que a consciência política dele é diferente da dos coleguinhas. Felizmente, lá não chegaram às vias de fato como no caso relatado belo companheiro blogueiro, mas não deixei passar batido. Fui à escola, reuní a professora, a Orientadora, o Coordenador e dei uma aula de história. Entre outras coisas, disse a eles que a História do Brasil é cheia de mentiras. Tenho 60 anos, e aprendí em meus anos de estudante, que os Bandeirantes eram heróis, que desbravaram o sertão. Hoje sei que não passavam de dizimadores de índios, na busca do tão sonhado ouro do nosso rincão! Disse também, que graças à Dilma, hoje os pais e professores podiam dizer livremente estas barbaridades aos seus filhos e alunos e nada lhes acontecia, a não ser dias piores, para todos, inclusive para aqueles que votam no PT. Contei a eles, que na época da Ditadura, a FALHA de São Paulo emprestava seus carros para a repressão, e eu, que trabalhava no City Bank, naesquina da Av. São João com Av. Ipiranga, saí à rua para jogar bolinha de gude na linha do bonde para derrubar a cavalaria que covardemente avançava sobre estudantes e manifestantes, que joguei miguelito (quem é da época sabe) no asfalto para furar os pneus dos carros do DOI-CODI e, fui pintada de azul pelo Brucutu que vinha l´go atráz da cavalaria, tendo me escondido no Bar do Jeca, que ficva namesma esquina. Fui salva pela abertura da incisão de uma cirurgia que havia feito na tireóide um mês antes, e fui pedir ajuda a umcarro que julgava ser da Folha... Ledo engano. Era da repressão, descaracterizado,e tive que dizer que saí em busca de socorro para minha situação de emergência, e "por aacaso", ao atravessar a multidão, fui pintada de azul. Me colocaram numa Veraneio verde, melevaram até em casa (minha mãe era enfermeira e sabendo a filha que tinha, quando viu o carro em nossa porta, quase põe tudo a perder...) e de lá fomos até a Santa Casa de São Paulo, onde fui atendida e eles resolveram dispensar aquela menina (tinha 17/18 anos), que não representava "nenhum perigo"! Por isso, fiz um barraco com os "educadores" da escola, para que eles conheçam um pouco mais da história - por quem a viveu na pele - antes de coibir abusos de inocentes crianças que só repetem discursos dos pais! Funcionou. A escola pediu aos alunos e professores, que deixassem as discussões sobre preferências eleitorais para as aulas de história, onde no momento eles estão aprendendo assuntos mais "amenos". rsrsrs

Boa Tarde Eduardo,__tenho um filho de 10 anos que estuda em colégio católico em Juiz de Fora. Nos ultimos dias tenho notado que ele não quer colocar o adesivo da Dilma no peito, conversando com ele, descobri que seus amiguinhos estão lhe chamando de burro, que a Dilma é assassina de criancinhas, assaltante de banco, etc...__Sinceramente estou com medo, fico imaginando o que nossa elite vai fazer caso o Serra seja eleito.__

Moro no interior do Paraná, numa cidade de 300.000 habitantes. Minha filha tem 13 anos e vem sofrendo "pressão" das coleguinhas por conta do nosso voto (eu e meu marido) em Dilma.
Somos de classe média (meu marido é servidor federal, eu "concurseira" ainda...), a maioria das crianças também pertencem à classe média, algumas com um pouco mais de recursos.
Na sala dela (7ª) da escola apenas ela e a filha da coordenadora da escola tem os pais que votam em Dilma. Ah, claro! Alguns professores tbem. Essa semana cheguei a cogitar uma 'visitinha" na escola pra fazer um alerta a respeito disso e pedir que o assunto Eleição não fosse mais levado pra sala de aula (coisa que tinha ocorrido).
Minha filha, pela idade, não vota ainda, então acho que já que a situação ficou tão delicada prudência não faz mal a ninguém. Deixei a semana correr pra ver se esfriava e foi o que aconteceu...Adiei um pouco...
Ela já passou por isso na escola, balé e no curso que faz de "manequim" (coisas de adolescente)...Detalhe: no balé e escola as pessoas já pertencem há um certo tempo à classe média, mas o curso de "modelo" mistura bem, tem gente lá que dá pra ver que elevou seu padrão de vida há pouco tempo... E TODOS destestam a Dilma.
O discurso é o mesmo: ela é a favor do aborto, terrorista, o vice dela é "satanista" (este tem um plano de matá-la após sua posse e assim submeter o Brasil a um governo do coisa ruim) e por aí vai o festival de besteiras...
Minha filha ri, dá umas discutidinhas (tem um pavio um pouco curto), mas não curte fossa. Ela tava chegando em casa aborrecida, mas no decorrer da semana isso melhorou, então deixei passar pq acho importante ela dar conta de si mesma sozinha!
Mesmo assim pretendo conversar com a coordenadora da escola sobre o assunto.

Portanto, transformaram sim essas eleições num período de trevas!
Somos cristãos e estamos chocados com o q vem acontecendo!!!



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