Abro parênteses para Acabou Chorare, outro álbum maravilhoso, que esbanja alegria num momento em que a tristeza era geral. Acabou Chorare está para a MPB assim como O Pasquim está para o jornalismo. Trata-se de um repertório de dez faixas, todas admiráveis (que delícia é a voz juvenil de Baby Consuelo em Tinindo Trincando!) – Preta Pretinha tornou-se um hino, a faixa título é de uma delicadeza tocante, o arranjo de Brasil Pandeiro é histórico. Mas é Besta é Tu que nos puxa para a festa de celebração da vida, que é, afinal, a proposta dos Novos Baianos. O ritmo nos levanta da cadeira e nos faz sambar, ao som de versos clarividentes, que só podem ser devidamente compreendidos no século XXI: “Por que não viver, não viver neste mundo, se não há outro mundo? E pra ter outro mundo é preci-necessário viver...”) O disco continua em Novos Baianos Futebol Clube, que mantém o pique. Isso acontece às vezes em discos que não cabiam em um só. O auge do CCR, em 1970, rendeu dois discos (e Cosmo’s Factory e Pendulum), que são um só.
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