quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Inho

Sonhei com o Inho. Eu subia a rua Rio Novo com Vanessa, passava pela porta da casa do meu pai, Geraldinho estava na porta, com um agasalho que lhe cobria a cabeça, subia no telhado e conversava com seu Aldo, o vizinho do lado. Fez-me sinal e me disse: o Inho está aí. Apontou para a casa do lado, abaixo. Eu pedi a Vanessa para esperar, atravessei a rua, Virgínia apareceu à porta dizendo que ia chamá-lo, eu entrei no terreno da casa deles sem aguardar e logo ele apareceu. Foi saindo e me abraçando, e eu a ele. Eu lhe disse: Você está igualzinho o seu pai!, referindo-me aos seus cabelos grisalhos. Ele sorriu e me disse: Que bom te ver! Eu lhe disse o mesmo: É muito bom te ver também. Foi de manhã e eu acordei em seguida, com o peito apertado. Inho, Luisinho, Luís da dona Etna, Luís Magalhães, Magá, Luís, morreu há mais de vinte anos, logo que casei, no período entre meu casamento e o nascimento da Flora, em 1983, portanto. Foi assassinado pelo marido de uma mulher da qual ele era amante, foi o que se comentou na época. Morava no Espírito Santo, trabalhava como técnico numa fábrica de reflorestamento e celulose. Tocava violão e cantava sambas, foi o craque da nossa turma de meninos, era desligado, tranqüilo, falava pouco, estava sempre na sua, seguro, talvez tivesse minha altura, mas era gordinho, desde garoto tinha tendência a engordar. Nasceu no dia 4 de outubro de 1956, dia de São Francisco. Sua mãe dizia: dia dos cachorrinhos. Morreu aos 26 anos.

(Tenho tido sonhos maravilhosos. Hoje, sonhei que estava no Rio, com uma atriz interessante, num bar na praia, havia alguma ligação com Noel, Vanessa também estava, e eu dizia que foi no Rio que conheci chope, porque até então só tinha tomado cerveja – queria dizer engarrafada. Tive outros sonhos também, dormi até quase dez da manhã. Acordei com a idéia de deitar com um gravador na cabeceira e ditar os sonhos, para depois desenvolvê-los como histórias, porque os esqueço.)

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