quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Encantamento. Eu?

Os acontecimentos relacionados à performance da poeta Telma Scherer me emocionam. Contêm o lado revolucionário da internet que me encanta: a informação circulou aqui, produzida por pessoas comuns (comum aqui tem sentido democrático, não significa ordinário, porque Telma Scherer é uma artista, portanto, pessoa incomum, mas pessoa que não desfruta do poder conferido pela autoridade ou pelo dinheiro). Blogs, redes sociais, correio eletrônico, vídeo gravado com celular, comunicação direta entre comuns, comunicação universal sem passar pelo poder.

Eu, por exemplo, repliquei no meu blog, pesquisei no youtube, vi e compartilhei novos vídeos, conheci e admirei a artista, li seu blog, mandei-lhe um e-mail, ela o respondeu. Tudo isso ontem. Voltei ao blog da poeta hoje, li novas postagens sobre repercussões do "incidente", conheci e admirei mais Porto Alegre, os gaúchos que elegeram Tarso Genro (não conseguimos eleger Patrus! Sequer conseguimos ter Patrus como candidato!), esse povo diferente, que fez a Revolução de 30 (com apoio mineiro, é claro!), que criou o Brasil moderno, de gerou Getúlio e Brizola, que fez a Revolução Farroupilha, o único levante popular brasileiro que não foi derrotado pelo poder central.

Porto Alegre tem uma esquina que se chama Esquina Democrática, nela os artistas e populares fazem manifestações e são presos. Mas fazem de novo. Uma vereadora do Psol protesta contra a repressão, apresenta moção de solidariedade à poeta e ao grupo teatral Levanta Favela. Tem um grupo que se chama Ditadores Inversos e organiza uma Marcha pela liberdade de expressão. Cidadania, arte, gente comum especial, a web, conhecimento, um círculo virtuoso. Me enriquecei, me encantei, me emocionei. Um eu profundo. Eu? Fosse capaz de compreender o eu, de ser eu, de ser, de fazer o que tenho de fazer. Talvez. Um certo incerto.

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