quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Doutor Fausto
A guerra do ponto de vista dos alemães, em Thomas Mann (Doutor Fausto). O nacionalismo do ponto de vista do povo, como identificação. Civis passam o poder aos militares. Quem primeiro luta na guerra são os jovens, os mais saudáveis, os mais fortes, os melhores. Estranha inversão de valores de uma nação, que sacrifica seus melhores homens. Ficam de fora os velhos, fracos, os defeituosos. Ficam de fora os covardes, os medrosos, os oportunistas. Estes alegam doenças e outros motivos para serem dispensados. Thomas Mann diz que a guerra é uma folga na vida cotidiana tediosa, espécie de férias que tiram as pessoas da rotina e as enchem de entusiasmo. Há esperança (entre os alemães) no futuro que a (primeira) guerra (mundial) possibilitará, na supremacia germânica – o século XX seria o século dos alemães, como os anteriores tinham sido da Espanha, da França e da Inglaterra. Na verdade, a primeira guerra mundial é o desfecho da luta de classes: o mundo poderia ter passado ao socialismo, para resolver as crises capitalistas, se as lideranças operárias não tivessem traído a revolução. Onde não traíram, a guerra resultou no socialismo (Rússia). Só há solução para o nacionalismo com o socialismo, isto é tão óbvio! Os indivíduos são seres humanos, acima de serem alemães ou brasileiros. Os alemães se sentiam ameaçados em todas as fronteiras – qualquer povo só deixa se ser ameaçado nas suas fronteiras se do outro lado da fronteira não tiver inimigos, mas iguais, do outro lado da fronteira alemã não houver russos, mas seres humanos. O capitalismo está superado há tanto tempo! O burguês não tem mais utilidade para a sociedade, para a humanidade, para o sistema econômico. Ao contrário, só os prejudica. Convivência entre as religiões é o primeiro passo para a igualdade no socialismo. Não é preciso extinguir nem perseguir religiões, não é preciso adotar o ateísmo. Basta defender e sustentar a tolerância religiosa, a igualdade entre todas as religiões: nenhuma é superior, nenhuma é a religião do Estado, assim como o Estado não é ateu. O que o Estado defende e tem obrigação constitucional de defender é a liberdade religiosa para todos os seres humanos e todas as religiões. Ao mesmo tempo, as religiões, para serem o direito de usufruir a liberdade religiosa, têm a obrigação de respeitarem-se umas à outras e respeitarem a Constituição. Ou seja, nenhuma religião pode pregar a intolerância, a perseguição, a violência e outras práticas que vão contra a lei.
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