domingo, 7 de novembro de 2010

Viva a Revolução Russa! Viva a Revolução Francesa!

Sapere aude!*

A sombra é onde prospera a direita. Os reacionários, como os fantasmas noturnos, operam na escuridão. Nela, parecem maiores, mais perigosos e mais numerosos do que são. Basta acender as luzes para que se mostrem ridículos como são: farsantes, inexistentes, fracos. O papel dos intelectuais é acender luzes para a humanidade, quando ela se comporta como criança, assustada, medrosa. Não com arrogância autoritária, mas com afeto solidário – amorevolezza.

Somos todos iguais, embora diferentes. Ser diferente não implica em ser melhor, ser superior. Ser igual não implica em não ter individualidade. Cada ser humano é único, cada ser humano é diferente dos outros. Todo ser humano é humano, não é animal, nem Deus. Compreender isso é fundamental para praticar a amorevolezza, palavra italiana que o dicionário traduz por bondade e que Dom Bosco, o padre católico, indicava como sentimento apropriado para educar as crianças.

Os salesianos e as salesianas a compreendem, porque a praticam. A ciência da educação, por outros caminhos, também chega a ela: a criança exige que se esteja do lado dela, impondo limites com afeto, como um igual que é diferente. Ser adulto é ser diferente, mas o adulto já foi criança e por isso é igual. A criança precisa de ser ela mesma, mas também precisa do molde do adulto. Os muros autoritários da escola burguesa não resolve os problemas, mas a criança precisa da escola.

Limites com afeto é o lema, que a amorevolezza, que a compreensão do caráter do educador – que todo pai e toda mãe são – possibilita praticar. Distinguir o que é para todos e o que é para cada um. Discernir o que se pode transigir e o que não se pode transigir. Ver o que é preciso fazer porque é melhor para a criança, não apenas para a sociedade.

Veja: qual a origem da imposição social? Ela beneficia a todos e a cada um ou a um grupo em detrimento de todos? A opressão que a ordem impõe ao indivíduo é necessária à liberdade de todos os indivíduos tomados coletivamente ou é benefício para um, para um grupo de privilegiados? A educação é uma reflexão constante que se faz com o coração. É isso a amorevolezza.

*Ouse ser sábio!

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